[PT] (english below)
Perto da margem
A exposição integra obras, na sua maioria inéditas, realizadas em diversos suportes e técnicas e datadas de 2018 a 2021. Algumas dessas obras têm carácter de instalação dialogando explicitamente com os espaços do Museu. Mas outras, de puro carácter bidimensional, participam também na estratégia de construir esta exposição como uma obra contínua.
Através desta solução Pedro Calapez aprofunda uma das questões que o ocupa desde sempre: a discussão dos limites tradicionais do quadro. As suas encenações visuais, apresentadas como “janela para um mundo imprevisível”*, criam espaços experimentais que nos proporcionam diferentes modos de ver. O jogo e o acaso, as regras do jogo e os resultados inesperados do fazer e do ver, o conhecimento da História da pintura e o resultado da deriva do corpo-que-vê as obras, são pares essenciais na experiência que o artista nos oferece/a que nos obriga.
Permanecendo e saindo constantemente do espaço convencional da pintura as obras de Calapez expandem-se perante o olhar de quem as observa. E o espectador, solicitado pela desmultiplicação de formas, cores, luzes, sombras e matérias e pelas coincidências e descoincidências entre todos esses elementos é, finalmente, envolvido ou capturado pelas obras.
João Pinharanda
* de um texto de Calapez
[EN]
Close to the edge
The exhibition includes works, mostly unseen before, using different media and techniques and dated from 2018 to 2021. Some of these works have an installation character, explicitly dialoguing with the Museum’s spaces. But others, pure two-dimensional, also participate in the strategy of building this exhibition as a continuous work.
Pedro Calapez deepens one of the issues that has always occupied him: the discussion of the traditional limits of the painting. His visual setups, presented as a “window to an unpredictable world”*, create experimental spaces that provide us with different ways of seeing. The game and chance, the rules of the game and the unexpected results of doing and seeing, the knowledge of the history of painting and the result of the drift of the “body-that-sees the works”, are essential pairs in the experience that the artist offers us / submit us.
Remaining and constantly leaving the conventional space of painting, Calapez’s works expand before the gaze of those who observe them. And the spectator, prompted by the multiplication of shapes, colors, lights, shadows and materials, and by the coincidences and mismatches between all these elements, is finally involved or captured by these artworks.
*from a text by Calapez
João Pinharanda